sexta-feira, 30 de abril de 2010

Onan ou "Ostran"?


A nova polêmica da crítica cultural é o artigo "A crítica como papel de bala", de Flora Süssekind, publicado no último sábado (24 de abril) no suplemento Prosa&Verso, do jornal O Globo (também disponível no blog prosa). Lá, Flora utiliza como ganchos a morte do crítico literário Wilson Martins, em 30 de janeiro, e os obituários escritos por Alcir Pécora e Miguel Sanchez Neto, respectivamente publicados na Folha de S. Paulo e no jornal curitibano Rascunho. Este último, segundo Süssekind, de "orientação orgulhosamente conservadora". Acrescento: e o outro, de orientação esquizofrenicamente conservadora.

Flora, pesquisadora da Casa de Rui Barbosa e professora de teoria do teatro na UNIRIO, é como o famoso Django, "não perdoa, mata":  Talvez seja necessário, na discussão de um espaço ainda crítico para a crítica, matar mais uma vez Wilson Martins, afirma. Na verdade, o ataque da teórica tem como alvo o conservadorismo da atual crítica literária e o choro lamentoso para um crítico igualmente conservador. Quem andou por aí chamando Flora de marxista, errou feio. Em "Literatura e vida literária: polêmicas, diários e retratos", reeditado recentemente pela UFMG, Flora critica também a crítica de esquerda, propondo maior liberdade à criação literária. Lá, ela demonstra como a prosa ligada excessivamente aos relatos de experiência de tortura envelheceram rápido, enquanto um Sérgio Sant'Anna ou um João Gilberto Noll amadureceram bem, falando das mesmas torturas e da mesma ditadura numa chave irônica e surreal. 

A repercussão do recente artigo deve continuar por mais algumas semanas. Foram muitos os críticos que comentaram, bem ou mal, em seus blogs o tom elevado de Süssekind. Luís Antônio Giron, da revista Época, parecia tão abalado que trocou as bolas ao falar de Wilson Martins: Morreu na solidão, e desprezado, como acontece com tudo que é intelectual brasileiro. Justamente aqueles que tinham de estar em contato com os jovens, com os professores, com o público, são aqueles condenados ao onanismo, afirmou Giron, no site da revista. Como diria o Ancelmo Góis, na minha terra, onanismo é outra coisa.... Por favor, Houaiss! 

ONANISMO
1 interrupção do coito antes da ejaculação, 
2    Derivação: por extensão de sentido. automasturbação manual masculina; quiromania 

Etimologia
antr. 
Onan + -ismo; Onan era um personagem bíblico, um hebreu que, por motivos especiais, não queria ter filhos, e, por isso, praticava o coito interrompido com sua mulher, espalhando seu sêmen pelo chão; a datação é para a acp. 'automasturbação'

Seria OSTRACISMO? 
1    Rubrica: história.      na antiga Grécia, desterro político, que não importava ignomínia, desonra nem confiscação de bens, a que se condenava, por período de dez anos, o cidadão ateniense que, por sua grande influência nos negócios públicos e por seu distinto merecimento ou serviços, se receava que quisesse atentar contra a liberdade pública 2    Derivação: por extensão de sentido.      exclusão de cargo público ou político 3    Derivação: sentido figurado.      ato ou efeito de repelir; afastamento, repulsa Ex.: por sua bisbilhotice a sociedade condenou-o ao o. 



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